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domingo, março 07, 2010

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS (II)

Brigadeiro Soares d' Andréa

Assume, em 9 de abril de 1836, o governo da Província do Pará e o comando das Armas, Francisco José de Souza Soares d' Andréa, general brigadeiro e barão de Caçapava (1781 Portugal–1858 Brasil). Servidor da Armada Imperial brasileira, Andréa é convocado para debelar tamanho infortúnio, ou seja, a conflagração da Província do Grão Pará, a região que constitui a Amazônia de nossos dias. Para facilitar o deslocamento, o Governo Imperial fornece-lhe uma esquadrilha de navios adequada à navegação pela trama hidrográfica amazônica. Guarnecem o presidente, e auxiliam nessa intrincada missão, oficiais de diversas patentes do Exército. Entre estes, sublinho o nome dos tenentes: José Soares d’Andrea, filho do brigadeiro, e Albino dos Santos Pereira, que viria ser apontado equivocadamente como primeiro comandante da Polícia Militar do Amazonas. (O equívoco tem início com a edição de Síntese histórica da Polícia Militar do Amazonas (1972), de Mário Ypiranga Monteiro).
Intentando sufocar prontamente o movimento rebelde e cumprir ao anseio imperial, Soares d’Andrea despacha, em 5 de Julho de 1837, sob o comando do tenente coronel Joaquim José Luís de Souza, a Expedição Militar ao Amazonas. O comandante, no entanto, opta por acantonar em Santarém, no médio rio Amazonas, de onde operacionaliza o emprego da tropa. E tudo empreende a fim de obstaculizar o avanço dos cabanos. Mas, a imensidão do espaço geográfico da Amazônia deixa a expedição bastante distanciada da comarca rionegrina. Não surte, porém, a eficiência esperada.
O governo do brigadeiro estende-se até abril de 1839, deixando a província às vésperas da pacificação. Transmiti o cargo a Bernardo de Souza Franco, visconde do mesmo nome, nomeado presidente. Souza Franco era bacharel pela Faculdade de Direito de Olinda, turma de 1835. E dele, o jurisconsulto Clovis Bevilaqua, ao rememorar o centenário da faculdade pernambucana, enfatiza: “Nasceu em Belém, a 28 de Junho de 1805, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1875. Deputado, senador, presidente de províncias, conselheiro de Estado, foi alta influência liberal”. A Cabanagem durou cinco anos, teve fim em 1840.
Para saber mais: Andréa, José. O Marechal Andréa, nos relevos da História do Brasil. Rio: Biblioteca do Exército, 1977. E, acerca da presença dos tenentes, consultar: Lobo, coronel Luis. História Militar do Pará. Rio: Biblioteca Militar, 1943.

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