CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, novembro 11, 2010

Justiça e Disciplina

Conheci um tópico no boletim das forças militares que assustava, era a quarta parte, cujo título nomeia esta postagem. Era destinada a dar publicidade às punições e, eventualmente, ao elogio. Este mais raro que aquelas.
Hoje não assusta mais. Para punir um praça de pré, a autoridade tem a obrigação de permitir-lhe o sublime direito de amplamente se defender. Imagine-se o estrago na conduta militar.

Quem tem medo da quarta parte?

A rebelião carcerária que ontem motivou tantas indagações, mobilizou grande aparato policial militar, jurídico e jornalístico, sem esquecer a rede de relacionamento, rendeu-me oportunidade para relembrar a caserna.
Primeiro o elogio: ao governador Eduardo Braga pela competência que demonstrou ao, utilizando o Prosamim, extinguir parte substancial do lodo habitacional de nossa cidade. Sua votação recorde acentua a veracidade de seu propósito.

Agora, como boletim, a disciplina: Há outro material lodoso – o cárcere da avenida Sete de Setembro, que não foi contemplado pelo governador.Eduardo Braga deve ter ampliado e criado outras condições em outros presídios, mas a centenária penitenciária continua mais que centenária.
Somente diante da greve, dos reféns, das mortes é que o Amazonas soube da super lotação da cadeia pública. Que homenageia o finado desembargador Vidal Pessoa. E de outros males seculares, que o secretário da Justiça e o comandante da Pmam negociaram. Que chique, negociaram!

A edição de hoje do jornal A Crítica. Manaus.
“Cadeia tem 724 presos acima da capacidade”, que é de 104 vagas. Ao contrário do Prosamim que privilegiou as famílias com um apartamento condigno, o “depósito de presos” da Sete continua abrigando mais detentos. Uma reles pintura externa revela o descaso: não terminaram a pintura do prédio, deixando aquele “rosa choque” policial pela metade.
Penitenciária Des. Vidal Pessoa, em Manaus.
detalhe: a pintura por concluir
A massa carcerária vai nessa proporção, quem sabe, até que outra rebelião e, lamentavelmente, mortes revelem a situação infernal ou “o cenário de guerra”, na concepção do comandante da Rocam.
Em nosso cotidiano, coronel Ruy Freire (colega de caserna, que segue acreditando na disciplina), ninguém mais tem medo da quarta parte.

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