CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, abril 05, 2011

CORPO DE BOMBEIROS DO AMAZONAS (XVIII)

Quartel dos Bombeiros, em Petrópolis,
inaugurado em 1974
Discurso proferido em 5 de setembro de 1974, por ocasião da inauguração do quartel do Corpo de Bombeiros da PMAM, escrito pelo saudoso Genesino Braga para o governador João Walter de Andrade que, viajando fora do Estado, não pode comparecer ao evento. A solenidade foi presidida pelo governador, em exercício, desembargador Lucio Fonte de Rezende.



Ao ver defluir o ano 98 de sua útil e necessária existência, instala-se hoje, finalmente, em casa própria, confortável e condizente com as suas finalidades, o benemérito e quase centenário Corpo de Bombeiros de Manaus.
Criada como “um Serviço de Extinção de Incêndios” – conforme pesquisa do historiador Mário Ypiranga Monteiro, - desde 1876, - há quase 100 anos! – que esta corporação presta socorros à população de Manaus. Naqueles primeiros anos, extinguindo incêndios pelo rudimentar processo com que, via de regra, todos começaram, - os baldes d´água de mão em mão, - logo a esse tempo foi equipada de uma bomba moderna e passou a ter, em suas batalhas contra o fogo, a atuação de todos os militares das Guardas então existentes na capital da Província do Amazonas.
 

Fragmento da tela do incêndio do Recolhimento
Companhia de Bombeiros em 1887, e integrando o Regimento Militar do Estado, do governador José Cardoso Ramalho Júnior recebeu, dois anos depois, cuidados especiais. Dotou-a, aquele ilustre e operoso governante, do mais moderno equipamento de extinção de incêndio, adquirido em Gênova e considerado, na época, como dos melhores e mais práticos, inclusive as primeiras escadas Magirus que então haviam sido lançadas.

Constituindo, - de 1887 a 1930, de 1941 a 1947 e de 1972 para os dias de hoje, - uma unidade da gloriosa Polícia Militar do Amazonas, durante 41 anos o Corpo de Bombeiros cresceu integrado à valorosa milícia estadual. Com ela disciplinou o seu espírito de luta, ao seu lado aprimorou aos sentimentos humanitários de seus soldados; e, sendo-lhe parte do todo, fixou código de ética, adquiriu substância, essência e valor.
Ao ser novamente incorporado à Polícia Militar do Amazonas, sob o comando esta do coronel Paulo Figueiredo, teve deste ilustre chefe militar cuidados excepcionais na sua reorganização e no seu aparelhamento. Continuou dispensando-lhe os desvelos da milícia estadual o comandante, coronel Luci Coutinho de Castro, a quem coube presidir o término desta obra. 

Escada Metz, pioneira, adquirida em 1974 
O apreço que uma comunidade tem pelo seu Corpo de Bombeiros exige de todos, - dos poderes públicos, das classes empresariais, do povo, - assistência e proteção para essa corporação imprescindível à vida dinâmica da cidade. Não só acudindo contra a voragem das chamas, mas também estabelecendo medidas preventivas contra o fogo, em prédios públicos e de aglomeração pública; não só salvando vidas humanas, ou resgatando-as em situações de perigo, mas também preservando bens materiais, cargas, ou, empenhando-se em serviços destinados a evitar riscos de vida, como demolição de prédios em vias de desabamento, árvores de ruas ou praças ameaçando cair sobre as casas ou viaturas, - vários são os árduos misteres em que esses soldados, vigilantes, alertas, para os nossos momentos de aflições e de desespero, são, em verdade, a nossa segurança, representam uma garantia para a população. (...)
E ocupa a sua nova casa, - inaugurando-a com todos nós presentes, - num dia de gala para o Amazonas, tal o é este nosso glorioso 5 de Setembro, consagrador da autonomia política de um povo, - povo que soube conquistá-la – e merecê-la, - com a sua coragem cívica, a sua maturidade política, o seu valor e, sobretudo, a independência de consciência de seus homens. ◊


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