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terça-feira, maio 31, 2011

Aviação amazonense no Diário Oficial

Sempre que alguém me pede orientação sobre canais de pesquisa, indico o Diário Oficial do Estado (DOE). E sempre vejo surpresa no interlocutor. Mas, o Diário Oficial? Aquele que publica somente os atos administrativos dos três poderes e seus agregados?

Bem, em nossos dias acontece isso mesmo, porém, anteontem na história de nosso Estado o órgão oficial relatava inúmeros fatos. Houve um período em que o DOE circulava aos domingos, como qualquer outro periódico. Vendido nas bancas, com publicidade e coluna social.
Houve momento em que descrevia os acontecimentos mais destacados de nossa história. Também publicou anexo literário, divulgando nossos artistas das letras e da ilustração.

Obviamente, todos esses detalhes interessam aos pesquisadores contemporâneos. Para ilustrar esses enfoques, vou reproduzir duas informações, concernentes a aviação em Manaus.
Pela ordem, falo primeiro do Aeroclube. Nascido com o nome de Aéro Clube do Amazonas (ACA), com incentivo financeiro do interventor Álvaro Maia, cujo governo “doou à promissora instituição um aparelho da marca Funk”. Informa ainda mais este periódico: “Aéro-Transporte do Amazonas é uma organização que contribuirá com o esforço de guerra, ligando Manaus aos núcleos mais distantes da hinterlândia. A Interventoria Federal adquiriu duzentas ações da ATA, no valor de Cr$ 200.000,00”.
Diário Oficial do Estado. Manaus, 14 nov. 1942
Assim começou o Aeroclube do Amazonas, em plena Segunda Guerra. Segue evoluindo, modernizando-se, em benefício de tantos, não somente do interior do Estado.

A outra, diz respeito à construção da Base Aérea de Manaus. Em 13 de março de 1944, o DOE publicava na primeira página a matéria: A Futura Base Aérea de Manaus.
E prosseguiu: Em fevereiro passado esteve em Manaus o Dr. Salgado Filho, titular da pasta da Aeronáutica. O ilustre ministro estudou os nossos problemas e prometeu, dentro de seu setor de atividade e administração, uma série de iniciativas e providências louváveis e úteis, condicionadas ao incremento do transporte comercial pelos céus do Amazonas e a dotação, a essa área imensa, de um equipamento de defesa aérea capaz de assegurar as necessidades da defesa nacional do Vale.
Montagem sobre Diário Oficial do Estado.
Manaus, 13 mar. 1944
Quisera que o esforço feito para dotar Manaus de uma Base Aérea Militar e uma rota segura para o transporte aéreo eficiente – registrou o ministro Salgado Filho – fossem fatores práticos para a garantia de sua integridade territorial e o seu desenvolvimento econômico.

A gravura que estampamos documenta a envergadura do empreendimento: Essas custosas e modernas instalações serão erguidas em local estratégico com técnicos e numerário nacionais. A Base Aérea de Manaus aí está. As suas obras serão iniciadas dentro em breve, sob a superintendência do coronel Ivo Borges, comandante da 8ª Zona Aérea.

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