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sexta-feira, junho 24, 2011

Tabuleiro da Baiana

Em Manaus (e outras cidades), era a nomenclatura popular ou apelido dado ao abrigo de passageiros de bondes, depois de ônibus, construído pela prefeitura em 1940, na gestão de Antonio Maia. O desaparecimento deste ocorreu com a expansão promovida pelo prefeito Jorge Teixeira, em 1975.

Tabuleiro da baiana na av. Eduardo Ribeiro


O primeiro Tabuleiro da baiana foi edificado na praça Osvaldo Cruz, hoje desaparecida, situada ao lado dos armazéns do porto de Manaus. Para melhor situar os novos manauenses: trata-se do espaço, na continuação do terminal de ônibus central, onde se guardam carros e Manaus aguarda a restauração dos casarões comerciais em ruína.

O abrigo era uma construção em concreto de forma oblonga, em cujas extremidades se encontravam serviços de fornecimento de café e refrigerante, ou seja, lanchonetes no linguajar atual.
O segundo Tabuleiro foi levantado na av. Eduardo Ribeiro, entre o Relógio municipal e o obelisco comemorativo da elevação de cidade de Manaus (ambos resistindo à “invasão bárbara”).

Para ampliar o conhecimento sobre este serviço, transcrevo a crônica de Dejard Mendonça (não somos parentes), publicada em A Crítica, 3 de julho de 1956. Lamento apenas que o jornalista não tenha melhor identificado o arrendatário do imóvel.

Em 1940, quando prefeito de Manaus, Antonio Maia tomou a deliberação de construir, ali na praça Osvaldo Cruz, um abrigo para o povo. Homem objetivo, não pensou para fantasiar e sim para chegar ao sentido prático. Chamou seus engenheiros, traçou seus planos, acertou o seu projeto dentro de um orçamento refletidamente calculado e mãos às obras.

Mal deu inicio ao trabalho, surgiram os críticos, os engenheiros sem diploma e sem matemática, os derrotistas e despeitados. Mas enquanto eles gritavam a marcha do trabalho continuava.

Finalmente, a 27 de junho de 1940, inaugurava-se um bem construído refúgio para o povo se livrar da canícula ou da chuva. Fomos os únicos a defender, nessa época, o jovem administrador, e o fizemos em artigo com o título acima.

Tempos depois víamos, ali, desmentindo-se a si mesmos os críticos e barulhentos da véspera abrigando-se do sol, aguardando, com mais comodidade, transporte para os seus lares.

Agora o tradicional Tabuleiro da baiana, esta sendo reformado. Há um novo contratante, senhor Kucilof. Este senhor convidou-me para ir ver, de perto, aas remodelações por ele impostas ao elegante e confortável abrigo da Osvaldo Cruz, por ele arrendado depois de uma justa vitoria na batalha da concorrência junto à municipalidade.

Um sistema de instalação elétrica dos mais modernos, pintura tanto interna quanto externa das mais impressionantes e ajustadas na combinação de cores, enfim, um trabalho de quem quer, com vontade de empregar capital, servir bem à nossa sociedade.

Amanhã, segundo me revelou o jovem industrial, será feita a inauguração com variados ramos de negócios, como sejam: serviços de bar, café, refrigerantes e outros da necessidade alimentar para o povo. O senhor Kucilof já empregou na restauração do Tabuleiro, para mais de quarenta mil cruzeiros, demonstrando assim a sua colaboração com os poderes públicos, procurando dar mais vida e mais atração ao nosso urbanismo.

Aqui, portanto, a minha ligeira opinião a respeito do proveitoso trabalho do senhor Kucilof como arrendatário do nosso Tabuleiro da baiana!

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