CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, setembro 28, 2012

A PMAM e saudosos oficiais



Coronel Silva (à esq.), major Achilles (centro) e
doutor Danilo Corrêa, 1967-68
A ilustração reproduz o encontro realizado no quartel da Praça da Polícia, no qual três oficiais da PM trocam amistosa conversa e desfrutam de um “copo de guaraná”. Uma pequena mostra da bandeira nacional, que foi conduzida pela tropa policial em Canudos (1897), hoje disposta no Palacete Provincial, identifica o local dessa reunião.

É que antes do Museu Tiradentes, inaugurado em 1985 e extinto com a desativação daquele quartel, a aludida Bandeira permanecia num escrínio no salão de honra, à entrada do gabinete do comandante.
O local abrigava diversas peças, as mesmas que inauguraram o extinto museu.

Na foto, (à esquerda) encontra-se o coronel José Silva, pernambucano que desembarcou em Manaus, integrando uma tropa do Exército, ao tempo da Segunda Guerra. Era terceiro-sargento. Com o tempo, descobriu que a Polícia pagava mais ou que a cidade era mais “risonha”. Deu baixa do EB e engajou-se na condição de oficial na PM. Era comum essa subida de posto, quando da transferência entre essas entidades militares.

Baixo e gordo, Silva possuía uma característica na relação com os subordinados: tratava-os por “caboco”.

Silva aprendeu depressa os caminhos das pedras, do avanço na caserna. Em oportunidades promissoras serviu na Polícia Civil, quando esta se abrigava na rua Marechal Deodoro. Foi então delegado de polícia. Também comandou a Guarda Civil, a organização subsidiária da PC, com sede na rua Guilherme Moreira, extinta pelo Governo Militar.

O oficial do centro (na foto) era o major Achilles Daltro Pinto da Frota (tio do ex-governador Vivaldo Frota). Dentista formado ainda pela Universidade Livre de Manaus, solteirão convicto, exercia esse ofício no Serviço de Saúde da corporação. Como não havia material odontológico, nosso colega pouco ou nada realizava.  E, para complicar, sofria de artrose nas mãos. Pronto.

Mas, se alguém quisesse “matar” ao major Achilles, o local exato era o extinto bar Balalaika, ali no cruzamento da rua Leonardo Malcher com avenida Epaminondas. Ali, todas as noites, onde possuía mesa cativa, ele sorvia seu uísque.  Fiz companhia ao amigo em várias oportunidades. Aproveitava eu para comer o sanduiche de pernil ou leitão, servido a moda portuguesa. Naquele tempo, eu apreciava uma cerveja, hoje prefiro o uísque.

Um detalhe chama atenção no uniforme do major Achilles. São os distintivos de oficial, então de metal, mas quadriculados. Bem diverso das estrelas hoje exibidas pelos membros da milícia. Foram usados na transição entre o laço húngaro e as divisas em vértice, creio que entre 1967 e ano seguinte. Portanto, este registro fotográfico pertence a essa época.

O terceiro personagem era o doutor Danilo de Aguiar Corrêa, que também passou pelo Serviço de Saúde da PMAM. Médico com clientela formada obteve eleição para deputado estadual. Numa dessas desobrigas politicas ou eleitoreiras, morreu em acidente de aviação. O desastre aconteceu nos barrancos em município do rio Solimões.  

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