CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, janeiro 10, 2013

HISTÓRIA DO AMAZONAS: ARTHUR REIS (2ª parte)




 
Arthur Reis nas Bodas de Ouro
Abaixo o “parecer esmagador” sobre a autenticidade da obra História do Amazonas, de Arthur Reis. Publicado no Jornal do Commercio, de 9 de dezembro de 1931, periódico de propriedade de seu pai, Dr. Vicente Reis.

Em carta de 6 de novembro de 1931, à Exma. Sra. D. Elvira de Miranda Lima, viúva do Sr. Bertino de Miranda Lima, residente à estrada de Epaminondas, nesta capital, perguntei o seguinte: a) o Sr. Bertino de Miranda Lima, além de A Cidade de Manáos, chegou a escrever alguma História do Amazonas?
-- b) No caso afirmativo, tive alguma vez em mãos essa obra? -- c) Fui da intimidade do Sr. Bertino de Miranda Lima? – d) O Sr. Bertino de Miranda Lima deixou manuscritos sobre a história do Amazonas? – e)  No caso afirmativo, onde pairam esses manuscritos? – f) Ainda, no caso afirmativo, tive em mãos, consultei alguma vez tais manuscritos?
Em resposta recebi da Sra. D. Elvira de Miranda Lima:
“Exmo. Sr. Dr. Arthur Cezar Ferreira Reis. Em resposta aos quesitos que me fez em sua carta, tenho a responder o seguinte:  -- a) Não. – b) Não. – c) Não. – d) Sim.—e)  Em meu poder. – f) Não.
Manaus, 6 de novembro de 1931.
Elvira Corrêa de Miranda Lima.
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Ao Sr. Eduardo Fernandes, cunhado e íntimo amigo do Sr. João Batista de Faria e Souza, enderecei na mesma data carta com os itens seguintes: a) J. B. chegou a escrever alguma História do Amazonas? – b) No caso afirmativo, publicou-a ou deixou-a manuscrita, inédita? – c) No caso de a ter deixado inédita, em mãos de quem se encontra? – d) Ainda no caso de a ter deixado manuscrita, consultei-a alguma vez e tive-a em mãos algum instante? – e) J. B. deixou manuscritos sobre assuntos da história do Amazonas? – f) No caso afirmativo, onde pairam tais manuscritos? – g) Ainda, no caso afirmativo, tive em mãos, consultei alguma vez tais manuscritos?
O Sr. Eduardo Fernandes, em resposta, mandou-me a carta seguinte:
Sr. Dr. Arthur Cezar Ferreira Reis. – Atendendo a sua solicitação e procurando provar a injustiça dos que vos atacam, passo a responder à vossa missiva de acordo com os seus tópicos: -- a) O meu cunhado, Dr. João Batista de Faria e Souza, nunca escreveu a História do Amazonas. – b) Prejudicado. – c) Prejudicado. – d) Prejudicado. – e) Tudo que escreveu sobre o Amazonas está publicado. – f) Prejudicado. – g) Prejudicado.
Tratando-se de fim justo, nada mais faço que cumprir o meu dever, atitude que tomo com muita satisfação, porque vem auxiliar uma das mais bem cultivadas inteligências do Amazonas.
Saudações.
Eduardo Fernandes

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Recorte do Jornal do Commercio
Exmo. Sr. Dr. Arthur Cezar Ferreira Reis. Manaus, 4 de dezembro de 1931.
Em resposta a carta de V. Exa., datada de 6 de novembro último, em que nos solicita confrontar o seu livro História do Amazonas com o livro A Cidade de Manáos, de autoria do Sr. Bertino de Miranda, e dizer se aquele livro é, na verdade, uma cópia deste, cabe-nos declarar que procedemos à leitura atenta desses trabalhos.
Desse estudo resultou a convecção de que não há, absolutamente, plágio ou cópia, conclusão que, à primeira vista, se impunha pela extensão de uma e outra obra.
Damos autorização à V. Exa. para fazer desta resposta o uso que lhe convier.
(aa) Sá Peixoto, -- Ricardo Amorim, -- Padre Estélio Dalison.

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Todos esses documentos deixo-os nesta redação, por espaço de três dias, para quem quiser verificá-los.

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Escrevendo a História do Amazonas tive em mira dignificá-lo, nunca humilhá-lo. Mas, parece, é o destino dos que nascem aqui, sofrer o ataque enlameado dos que só querem vê-lo abatido e não medem meios para esse negro fim.


Arthur Cezar Ferreira Reis

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