CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, junho 29, 2013

TRILOGIA DOS SANTOS

Pedro Renato (à dir.) e o filho Marcelo,
pai do João
O texto abaixo foi escrito pelo mano Renato Mendonça, homenageando seu filho caçula, Fernando, pelo aniversário deste no Dia de São João. Sucede que nesse tópico a família foi privilegiada, os três irmãos nasceram em junho. Daí o Antônio e o Pedro. Faltou o João, que é o tema desta crônica.
Aproveito para, com a postagem à qual acrescentei algum itálico, abraçar meus familiares pelos seus cumpleaños: Antônio (13), irmão; Fernando (24), sobrinho; Vilma (28), cunhada; e Renato (hoje, 29), irmão.

* * *

Desde que os irmãos Mendonça nasceram nas distantes décadas de 40 e 50, sempre se pensou que a trilogia dos santos ficaria incompleta.
Henrique  Antônio, 2009 
Roberto, o primogênito, errou o alvo, faltou pouco — para ser mais exato: uma semana antes do dia do profeta — por isso não se chamou João e sim, Manoel, para homenagear o progenitor.   Antônio, o segundo, acertou em cheio o santo casamenteiro, e de quebra, foi contemplado com o prenome Henrique, que é o aportuguesamento do nome do avô. Porém, tenho minhas dúvidas quanto a esta homenagem. Afinal, o avô parece que teve uma participação pífia na formação do velho Mendonça, apenas biológica.

Por fim Renato, o caçula, o cronista que escreve esta, foi certeiro, possibilitou a homenagem ao santo das chaves do céu e patrono da Igreja Católica – Pedro. Daí, além do tributo ao santo do dia 29, junto com o significado de renascido — que provavelmente terá sido escolhido pela mãe Francisca — lhe rendeu o nome composto, tradicionalmente familiar.


Fernando, 2003
Assim, todos os nomes tiveram a força divina da Folhinha (calendário religioso observado pela família católica de então) somada a alguma homenagem ou significado. Mas, ainda haveria tempo e oportunidade, nas futuras gerações, para preencher a lacuna do santo mais festejado dessa tríade: São João.

E coube ao Fernando, nascido prematuramente, esse privilégio. Um mês antes da data prevista, ele já estava visitando o nosso mundo, exatamente no dia 24 de junho. Um garoto levado, que se fosse chamado Joãozinho, daria muito mais trabalho. Havia uma falsa preocupação de que o nome contribuísse para que ele fosse confundido com o das piadas levianas, as quais normalmente o colocam como vilão.

Ledo engano, Fernando deu o mesmo trabalho que todos os meninos da sua geração. Enquanto preocupou, também encantou. Posso dizer que me diverti muito vendo suas peraltices: os discos de vinil espalhados no chão, no corredor da casa, servindo de prancha de surf. As roupas brancas de réveillon expostas nas Lojas Americanas eram como guardanapos, para que ele, se refestelando de chocolates, limpasse as mãos. E eu não conseguia interromper a algazarra, talvez por causa do meu sentimento ambíguo, de reprovação e de admiração. Coisas de pai coruja!

E não poderia deixar de recordar quando, aos sete anos ele me fez sair às pressas da cadeira do barbeiro, com o meu cabelo cortado só de um lado e com um pano branco pendurado ao pescoço. Nandinho saiu em desabalada carreira, dizendo que ia pra casa e não podia me esperar. Tive que segui-lo de longe, orientando-o na travessia das ruas para evitar um desastre. Só depois de vê-lo chegar ao prédio residencial, pude voltar e completar o corte de cabelo. Velhos tempos!

Agora, já não é mais o Nandinho, tornou-se um homem, tornou-se um cidadão. Fernando agora dirige a própria família com paixão e devoção.  A filha dele, Teresa, lhe devolve em parcelas a alegria que ele me doou. Parabéns!

De volta aos santos juninos. Somente com a segunda geração, a trilogia ficou completa. Ficou? E o nome? Bem, o nome ficou por conta do João Marcelo, da terceira. Explico: Marcelo Renato, meu primeiro filho, percebendo que estava faltando apenas este nome, interveio e homenageou o santo. Uma justa homenagem para completar totalmente a trilogia com nomes e datas.

Os irmãos Mendonça da primeira geração, que já ultrapassaram a barreira dos sessentanos, podem ficar em paz, porque, passados 58 anos, completou-se a trindade dos santos.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário