CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, setembro 26, 2013

APARIÇÃO DE SANTA TEREZINHA

Santa Terezinha de
Lisieux
Milagre acontece? Sim. Manaus já experimentou alguns, esse, de caráter religioso, envolveu a aparição de Santa Terezinha de Lisieux e aconteceu há 70 anos. Três meninas, de sete anos, tiveram esse suposto privilégio. O fato logo se espalhou pela redondeza, tomou a cidade e ofereceu assunto por dias à imprensa baré.
Unicamente para situar o endereço para as novas gerações, o cine Popular existiu na esquina da rua Silva Ramos com  a rua Barcelos, onde hoje abriga uma casa de materiais de construção. O Alto Nazaré virou praça Santos Dumont. Ponto de referência? Basta ligar o GPS.  

Recorte do extinto matutino O Jornal, 26 de junho de 1943
De há muito tempo que o noti­ciário da imprensa local, não se ocupa de fatos de natureza a ar­rastar a curiosidade pública a verificar de perto a autenticidade da notícia, principalmente em se tratando de milagres. Hoje, te­mos para o grande publico que lê os nossos diários, ávido de sen­sação, a nova de uma aparição, que desde ontem, às 12 e meia, vem revolucionando os moradores do Alto de Nazaré, avenidas Barcelos e Apurinã, transeuntes, passageiros dos bondes de Cir­cular, Flores e Bilhares, que àquela hora passavam próximo ao Cinema Popular, no trecho que demanda a avenida Barcelos can­to com a avenida Apurinã.
E' que, à avenida Barcelos, canto com a avenida Apurinã, no alto de um terreno onde tem sua resi­dência o Sr. João Figueiredo, jun­to a 3 estacas, por tras de um frondoso pé de jurubéba, foi vis­ta por 3 crianças, que brincavam em frente ao cinema, a figura de Santa Terezinha, de braços dis­tendidos, linda como nunca.

Ma­ria Júlia, de 7 anos de idade, foi a primeira a avistar a Santa, sentindo uma forte impressão, a pon­to de sofrer um ligeiro desmaio, enquanto as suas duas coleguinhas, Francisca Fátima e Carmelita Figueiredo, ambas de idade igual à de Maria Júlia, ao verem também a Santa milagrosa, salta­ram de contentes, tendo Francis­ca Fátima dado um grito de ale­gria, para, em seguida, chamar os que por ali passavam, para ver também a aparição, reunindo-se logo grande massa de curiosos, que foi aumentando à proporção que a notícia se espalhava, fican­do, dentro de alguns minutos, aquele pequeno trecho completa­mente intransitável, pois todos queriam ter a suprema felicidade de ver a milagrosa Santa, para pedir-lhe uma graça, para cum­prir uma promessa.

Avisada a nossa reportagem, para lá seguimos, na intenção de colher informes seguros, para tra­zer ao conhecimento do nosso público, o que, de fato, se estava passando.

Depois de um trabalho exaus­tivo, com muito sacrifício de pi­sões, de cotoveladas, consegui­mos vencer aquela massa huma­na, onde encontramos uns ajoe­lhados, outros rezando, outros com velas acesas, todos em di­reção à descida do barranco, para subir outro, com uma escadaria cavada no próprio barranco, caminho que levaria à onda de curiosos para assim mais de perto poderem ver, a olho nu, a aparição da querida Santa.
De­pois de trabalho extraordinário, acotovelando uns e outros, conse­guimos chegar ao alto do barran­co, onde deparamos com a casa do Sr. João de Figueiredo, que, àquela hora, ainda se encontrava em casa com sua familia, com­posta de 10 pessoas.

Ainda cansados e suados, avis­tamo-nos com a dona da casa, a quem interpelamos a respeito, respondendo-nos, amavelmente, que nada vira, mas que várias pessoas atestavam a veracidade da afirmativa das 3 crianças, que antes já haviam sido interpeladas por nós. Depois de alguns minu­tos para o repouso, descemospelo mesmo lugar, com o mesmo sacrifício para romper a massa ávida de sensação, para receber o favor de poder ver o milagre.
A nossa reportagem continua a postos, sendo revesada de duas em duas horas, para não perder o mo­mento supremo de poder também ver a milagrosa Santa, e para trazer melhores informes aos nos­sos leitores.

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