CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, janeiro 31, 2013

CORONEL PEDRO CÂMARA



Coronel Câmara agradecendo
A associação dos coronéis da Polícia Militar do Amazonas antecipou para hoje seu almoço de confraternização, que ocorre mensalmente, para celebrar o aniversário do “chefe”.
Pedro Câmara completa hoje 74 anos, coronel da reserva há duas décadas, mantem-se bem informado no convívio com os velhos companheiros. Para tanto, não perde nenhuma dessas reuniões.
Nascido em Natal (RN), como bom nordestino migrou para a Amazônia, pois primeiro estagiou na capital acreana, antes de chegar a do Amazonas. Em tempo do serviço militar, serviu no legendário 27 BC, aonde alcançou a graduação de cabo. Logo conquistou uma vaga na Polícia Civil, ao mesmo tempo, outra na Polícia Militar. Tudo isso no distante ano de 1960.
Antes de aproveitar o serviço do Gaucho´s, houve a tradicional saudação, encaminhada pelo coronel Osório Fonseca, que presenteou o aniversariante com uma coleção de Fafá de Belém.
Falei em seguida, lembrando duas datas importantes na historia da PMAM, das quais o coronel Câmara participou como figura marcante, indelével. Há 40 anos, lembrei, quando a PMAM incorporou o serviço de combate a incêndios em Manaus. Até então esta obrigação cabia a Prefeitura de Manaus. O então major Câmara assumiu este comendo dos homens do fogo e, desde então, não esqueceu a faina e se emociona com os atuais comandados do coronel Dias.
A outra efeméride, para mim, mais importante, assinala os 50 anos, completados em dezembro passado, que a PM amazonense recebeu a primeira turma de oficiais formados em Escola de Formação de Oficiais. A turma (Pedro Câmara, Pedro Lustosa e Hélcio Motta) concluiu o CFO na PM da Guanabara, hoje Rio de Janeiro.
A citação de seu nome à frente decorre da prerrogativa de ter sido o primeiro entre os amazonenses. Entre militares, tal privilégio é respeitado, enfatizei aos colegas que o coronel Pedro Câmara é primeiro oficial assim formado na força militar estadual.

Tempo para a receita do Dr. Aristoteles

Cavalacanti, o administrador

Antes do almoço, por isso os pratos vazios

Sua trajetória pela corporação foi marcante, aonde conquistou amigos, tantos que hoje foi batido o recorde de presença. Vamos lá, foram 33 coronéis, incluído o chefe. Deusamar Nogueira / Odorico Alfaia / Osorio Fonseca / Romeu Medeiros / Amilcar Ferreira / Paulo Roberto Vital / Ruy Freire / Abelardo Pampolha / Mael Sá / Aristoteles Comte / Gutemberg Soares / Eber Bessa / Celio Silva / José Cavalcanti / Valente Pereira / Fernando Oliveira / Pereira da Encarnação / Edmilson Nascimento / Alfredo da Matta / Ewerton Amaral / Marinho Alcântara / Paulo Ramos / Gilson Nonato / Claumendes Cardoso / Frandemberg Maues / Cabral Jafra / Edson Nascimento / Nestor Arnaud / Ary Renato / Torres Araújo e Roberto Mendonça.
Devo registrar também o aniversário do coronel Franz Marinho de Alcântara, que por anos comandou o Corpo de Bombeiros, nessa nova etapa, ou seja, desvinculado da PMAM.
Ex-comandantes Amilcar e Medeiros

Momento de antigas (bem antigas) lembranças

Corone lPaulo Vital, secretário de Segurança, presente

quarta-feira, janeiro 30, 2013

SOBRE POLICIAIS ASSASSINADOS (Parte 1)



Transcrevo o artigo do jornalista J. R. Guzzo, o qual, na edição corrente de Veja, analisa os assassinatos de policiais no Brasil, tomando por base os números de 2012.


Namorando com o suicídio (*)
Se nada piorar neste ano de 2013, cerca de 250 policiais
serão assassinados no Brasil até o próximo dia 31 de dezembro. É uma hisria de horror, sem paralelo em nenhum país do mundo civilizado. Mas estes foram os números de 2012, com as variações devidas às diferenças nos critérios de contagem, e não há nenhuma razão para imaginar que as coisas fiquem melhores em 2013 - ao contrário, o fato de que um agente de polícia é morto a cada 35 horas por criminosos, em algum lugar do país, é aceito com indiferença cada vez maior pelas autoridades que comandam os policiais e que têm a obrigação de ficar do seu lado. A tendência, assim, é que essa matança continue sendo considerada a coisa mais natural do mundo - algo que "acontece", como as chuvas de verão e os engarrafamentos de trânsito de todos os dias.
Raramente, hoje em dia, os barões que mandam nos nossos governos, mais as estrelas do mundo intelectual, os meios de comunicação e a sociedade em geral se incomodam em pensar no tamanho desse desastre. Deveriam, todos, estar fazendo justo o contrário, pois o desastre chegou a um extremo incompreensível para qualquer país que não queira ser classificado como selvagem.
Na França, para ficar em um exemplo de entendimento rápido, 620 policiais foram assassinados por marginais nos últimos quarenta anos - isso mesmo, quarenta anos, de 1971 a 2012. São cifras em queda livre.
Na d
écada de 80, a França registrava, em média, 25 homicídios de agentes de polícia por ano, mais ou menos um padrão para nações desenvolvidas do mesmo porte.
Na cada de 2000 esse número caiu para seis - apenas seis, nem um a mais, contra os nossos atuais 250. O que mais seria preciso para admitir que estamos vivendo no meio de uma completa aberração?
Há alguma coisa profundamente errada com um país que engole passivamente o assassínio quase diário de seus policiais - e, com isso, diz em voz baixa aos bandidos que podem continuar matando à vontade, pois, no fundo, estão numa briga particular com "a polícia", e ninguém vai se meter no meio.
Essa degeneração é o resultado direto da política de covardia a que os governos estaduais brasileiros obedecem há décadas diante da criminalidade. Em nenhum lugar a situação é pior do que em São Paulo, onde se registra a metade dos assassinatos de policiais no Brasil; com 20% da população nacional, tem 50% dos crimes cometidos nessa guerra. É coisa que vem de longe.
Desde que Franco Montoro foi eleito governador, em 1982, nas primeiras eleições diretas para os governos estaduais permitidas pelo regime militar, criou-se em São Paulo, e dali se espalhou pelo Brasil, a ideia de que reprimir delitos é uma postura antidemocrática – e que a principal função do estado é combater a violência da polícia, não o crime. De lá para cá, pouca coisa mudou. A consequência está aí: mais de 100 policiais paulistas assassinados em 2012. (Segue)

(*) Revista Veja, edição 2 306, 30 de janeiro de 2013