CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, outubro 24, 2013

CASAMENTO DO DIEGO & CAROL



Diego & Carol
A fundação desta nova família ocorre hoje e, sem modéstia, abrilhanta a festa dos 344 anos da fundação de Manaus. Aproveito o espaço para expressar as minhas despedidas ao garoto Diego, que é a maneira cordial como saúdo o filho. Aos 25 anos, desliga-se da casa paterna para assumir as obrigações de “dono de sua casa” e de outros designativos próprios e impróprios.
Quando meu filho -- Diego Valois -- nasceu, eu havia ingressado nos “quarentanos”. Apesar dessa “pouca” idade, seu nascimento me trouxe algumas aflições. Preocupações que se fundavam em assistir suas conquistas básicas: a do ensino fundamental, que ele começou na Escolinha Sonho Infantil. O ensino do primeiro grau, longo para o pai que já ultrapassara meio século de idade, ocorreu em escolas de Manaus, de Recife e de Curitiba. Esse primeiro passo escolar, Diego o concluiu no Colégio Santa Doroteia.
O secundário, mais curto, parecia fácil, acompanhei-o em três escolas de Manaus. Lembro-me de que, em teste, enfrentou o vestibular da Ufam, cursando o 2º ano. Foi aprovado. Houve um alvoroço em casa, com o intuito de que se aproveitasse essa conquista. Mas, desistimos. Diego seguiu adiante e, no vestibular seguinte, ingressou na Universidade Federal. E nela conquistou o curso de Química. E ainda haverá de conquistar outros títulos.
Há anos frequenta com entusiasmo inconteste a Nova Igreja Batista. E foi entre esses jovens que encontrou a Caroline Brelaz, a qual atende por Carol.  Um dia, decidiram casar. No primeiro instante, tomei um sobressalto. Logo eu que já havia superado diversos, por isso tentei timidamente que ele adiasse um pouco mais esta respeitável decisão. Ele foi incisivo, decidido e, para provar o acerto, marcou a data do casamento. Ocorre hoje, com as festas que as famílias e os amigos compartilham, tuitam e espalham pela web.
Painel com belos momentos do noivo
Chegou o dia, Diego. Acompanhei os preparativos por meses, opinei sobre alguns detalhes da festa de casamento, assim como da nova residência e da viagem nupcial. Tudo dará certo, porque sei o quanto você se organiza para vencer, como vencia aos adversários nos jogos eletrônicos, por exemplo. Da mesma maneira como me conquistou para “torcer” pelo seu Palmeiras.

Chegou a hora, vá em frente! Tenho convicção de que você e a Carol hão de triunfar, hão de superar os embates da vida. Mas, se alguma eventualidade o afligir, se algum duro revés o inquietar, e precisar de auxílio, pode chegar sem cerimônia, Diego. A nossa casa, repetindo uma sentença do velhinho, seu avô Mendoza, “estará de portas abertas”. Foi então que compreendi a sentença do apóstolo Paulo aos Efésios:
“Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne”.

sábado, outubro 19, 2013

BANCO DA AMAZÔNIA (2)


Anúncio do Banco inserido no
quinzenário
Anísio Mello, saudoso multiartista, empreendedor prodigioso, foi funcionário do Banco da Amazônia (Basa). No quinzenário Folha do Norte, de sua direção, conta parte da história do Basa. A seguir a parte final.
BCA: Vinte anos - Dez presidentes (*)
Já em 1950, a 20 de dezembro, por ter sido eleito deputado federal pelo Maranhão, José Matos pedia demissão, sendo substituído no cargo pelo então chefe de Departamento, Guilherme de Menezes Vieira. A esse período, sucedeu a administração Dr. Gabriel Hermes Filho, pois foi este nomeado para a Presidência por decreto de 23 de fevereiro de 1951, do presidente Getúlio Vargas, já então reconduzido ao Governo do país, pelo sufrágio popular.

Assumindo Gabriel Hermes a presidência do Banco, em 21 de março desse ano, foi eleita nova diretoria, composta por Francisco de Paula Valente Pinheiro, Guilherme de Menezes Vieira, Abelardo Condurú e Walter Putz.

Dois anos depois, em setembro de 1953, Francisco Pinheiro se licenciava da Diretoria, para servir à Valorização Econômica da Amazônia, integrando a Comissão de Planejamento da mesma, como representante do Governo do Guaporé (hoje Rondônia). Foi, então, nomeado para substitui-lo outro destacado elemento do funcionalismo do Banco, José Castanheira Iglésias.
A 12 de setembro desse ano, ainda, portanto, na presidência de José da Silva Matos, era substituído o diretor Manuel Veloso de Oliveira Dias, com a nomeação na mesma data de Eliezer de França Ramos Filho, outro elemento integrante dos quadros de nosso funcionalismo.

A 11 de novembro de 1954 empossava-se novo presidente do Banco, Arnóbio Rosa de Farias Nobre, para o cargo nomeado pelo Governo da República, ao mesmo tempo que nova diretoria era eleita para com ele servir, em princípios de 1955, integrada por Álvaro Sinfrônio Bandeira de Melo, Expedito Augusto Nobre, Luís Gudolle Cacciatore e Sílvio Leopoldo Macambira Braga.
Remy Archer, presidente do BCA,
indica o texto ao presidente JK
Finalmente, a 29 de dezembro desse mesmo ano de 1955, era nomeado presidente do Banco, em substituição ao Arnóbio Nobre, o Sr. José da Silva Matos, que administrou o banco com a mesma diretoria eleita a 26 de março de 1955, e composta de Álvaro Sinfrônio Bandeira de Melo, Expedito Augusto Nobre, Luís Gudolle Cacciatore e Sílvio Leopoldo Macambira Braga. Este último, havendo se candidatado a deputado federal, como foi realmente eleito, em 16 de novembro de 1958, renunciou ao cargo, sendo substituído por Rubem Ohana, do quadro de funcionários da Casa, nomeado no dia imediato.

A 24 de setembro de 1959, o presidente da República nomeava novo presidente para o Banco, recaindo a escolha na pessoa do Dr. Remy Archer, o qual tomou posse em 1º de outubro do mesmo ano. Antes, porém, havendo se encerrado em março o período de quatro anos para o qual haviam sido eleitos os diretores então em exercício, uma nova diretoria foi, não mais eleita, porém, nomeada em sessão de Assembleia-Geral, realizada a 30 de março daquele mês de março de 1959, com mandato de um ano, sendo ela composta de Rubem Ohana, Cervantes de Carvalho Couto (também do quadro de funcionários da Casa), Dr. Paulo de Menezes Bentes e Manoel Veloso de Oliveira Dias.
Terminado o prazo para o qual foi nomeada essa diretoria, outra foi eleita pela Assembleia-Geral, em sessão de 2 de abril de 1960, para o quatriênio de 1960-64, compondo-a Eliezer de França Ramos Filho, José Castanheira Iglésias e Rubem Ohana, todos três funcionários da Casa, e, ainda, Everaldo Estélio de Oliveira e Silva, funcionário do Banco do Brasil.

A 3 de outubro desse mesmo ano, entretanto, falecia, bruscamente, no Rio de Janeiro, José Castanheira Iglésias, sendo, então, nomeado para substituí-lo outro funcionário da Casa, Joel Victor de Oliveira. Essa diretoria, porém, em fins de 1961 (deve ser 1960) com o advento do governo Jânio Quadros, renunciou às suas funções, ao mesmo tempo que o presidente da República nomeava para a presidência do Banco, em 27 de março, o Dr. Hélio Palma de Arruda. Então, em sessão de Assembleia-Geral, realizada a 22 de abril de 1961, foram eleitos novos diretores: Nelson de Castro Ribeiro, Murilo Berredo Martins, Expedito Augusto Nobre e Wanderley de Andrade Normando, os três últimos do quadro de funcionários do Estabelecimento.

Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto desse mesmo ano, e assumindo a presidência da República o vice-presidente, Dr. João Belchior Marques Goulart, foi por este nomeado presidente do Banco Raimundo de Alcântara Figueira, que assumiu o cargo a 26 de outubro, iniciando atividades com a mesma diretoria a essa data em exercício.
A 11 de dezembro do mesmo ano - 1961 - a Assembleia-Geral elegeu, porém, nova diretoria, composta de Eliezer de França Ramos Filho, Dr. Euclydes Mijtos, Dr. José dos Santos Freire e Osvaldo de Castro Rebelo, este último funcionário do estabelecimento.
Essa é a Diretoria que presentemente (1962) orienta os destinos do Banco.

Sem dúvida que instituído assim, numa época de suma gravidade, o Banco teria de enfrentar não poucos percalços inclusive no empenho de vencer praticas que já se haviam feito rotineiras, exigindo, por isso mesmo, redobrado trabalho para superá-las. Os primeiros passos tinham de ser, dessa maneira, cautelosamente medidos, vacilantes aqui e ali. Mas, os primeiros magníficos frutos da grande obra não tardaram a aparecer e, aos pequenos tropeços esparsamente registrados, consequência do açodamento com que as exigências da guerra impunham se buscasse o fim colimado, respondiam vitórias soberbas, crescendo a produção nacional da borracha a 24.548 toneladas em 1943, a 28.476 logo no ano imediato, para chegar a 32.930 toneladas em 1947.
Satisfazia, assim, o Brasil, pelo trabalho do Banco, seus compromissos com as Nações Unidas, na luta pela defesa da Democracia. De princípio, atingia apenas a 10 o número de Agências e Escritórios do Banco pelo país, das quais, somente Manaus; Rio Branco, no Acre; Guajará-Mirim e Porto Velho, no então Território do Guaporé; e Cuiabá, em Mato Grosso, dentro da faixa amazônica.

Antes que a guerra terminasse, porém, novas filiais foram sendo criadas, à medida que o crescimento da produção assim o exigia. Terminada a guerra, as tarefas da consolidação da paz impunham continuasse o Banco a sua marcha ascensional. E isso foi feito em toda a sua extensão, para, a 30 de agosto de 1950, pela Lei nº 1.184, do presidente Eurico Dutra, serem-lhe traçados novos e mais largos horizontes, com sua transformação em Banco de Crédito da Amazônia, que hoje é.
Seu capital se ascendera dos 50 mil contos de réis dos primeiros dias a 150 mil cruzeiros e o raio de suas atividades se estendera enormemente, no amparo e defesa já não apenas da goma elástica, mas de todos os produtos básicos da economia do Grande Vale.

A juta e tantas outras fibras em que é fértil a região, assim como a pecuária e a pequena agricultura, nesta tomando lugar destacado a pimento do reino, mereceram, de pronto, o amparo do Banco, que a cada uma possibilitou, através de investimentos mais largos, notável crescimento, a ponto de conduzir à autossuficiência nacional, como no caso da juta e da pimenta.
Hoje (1962), 48 agências do Banco de Crédito da Amazônia se espalham por todo o país, a Planície crescendo e se fortificando na razão direta do crescimento e da força do próprio Banco. O transcurso dos 28 anos de instituição desta Casa de Crédito, hoje transcorrendo, é, por tudo isso, um acontecimento festivo para a região. São 28 anos de lutas, a serviço da Amazônia, 28 anos de lutas e de vitórias, que nada há de marear, nem fazer arrefecer o entusiasmo com que a ela nos atiramos.
 
(*) Correio do Norte. São Paulo, 2ª quinzena de julho de 1962

quinta-feira, outubro 17, 2013

BANCO DA AMAZÔNIA (1)



Autorretrato de
Anísio Mello
Anísio Mello, saudoso multiartista, empreendedor prodigioso, foi funcionário do Banco da Amazônia (Basa). Três detalhes, contudo, necessitam ser revelados: AM ingressou nesta Casa de Crédito em 1954, quando residia na capital de São Paulo e aquela se intitulava Banco de Crédito da Amazônia.
Alguns anos depois, ainda em São Paulo, AM fundou e dirigiu por cinco anos um jornal, o quinzenário Folha do Norte, empenhado em divulgar os diversos acontecimentos, como apregoava, da região nortista.  Foi da coleção desse periódico que saquei o texto abaixo, que conta parte da história do Basa. As ilustrações também pertencem ao editor do jornal, pois sua capacidade artística assim permitia. Na ausência de foto, entrava em ação o lápis ou as tintas do Anísio Mello.
Logo do quinzenário de Anísio Mello
BCA: Vinte anos - Dez presidentes
O primeiro presidente do Banco de Crédito da Amazônia S. A., àquela altura Banco de Crédito da Borracha S.A., foi o então capitão (do Exército) Oscar Passos que, com três diretores - um brasileiro e dois norte-americanos – constituiu a superior       administração do novo instituto de crédito que, sob tão notáveis auspícios, assim surgia. Esses três diretores eram Sady Carnot Brandão, Edmond Eugene Long e James A. Russel Jr. Pouco depois, entretanto, Sady Carnot renunciava, entrando a substitui-lo Ruy Mário de Medeiros.

Posteriormente, foram criados mais dois lugares na diretoria, ocupados por nacionais, recaindo a escolha do Governo Central, para esses dois cargos, nos prof. Abelardo Condurú e José Dias da Cunha, funcionário do Banco do Brasil, na capital do País.
Durante o exercício de 1943, renunciaram José Dias da Cunha e os dois diretores americanos, estes últimos substituídos, Long por Edward Russel Jobson e o Russel, por Walter Eckstein Kluppert, que tendo pedido licença e, a seguir, renúncia, foi substituído, primeiro, por John N. Neuman e, finalmente, por George Edward Pell, enquanto Inácio Soriano de Amorim Caldas, àquela altura exercendo as funções de superintendente, no Banco, entrava para a diretoria, a substituir Dias da Cunha.
Nesse mesmo ano, a 25 de janeiro, o presidente Getúlio Vargas assinava decreto nomeando para a presidência do Banco o Dr. José Carneiro da Gama Malcher, em substituição ao já major Oscar Passos.
 
A administração José Malcher se estendeu até janeiro de 1946, quando, ascendendo ao Governo da República, o general Eurico Gaspar Dutra nomeou para a presidência do Banco o Dr. Firmo Ribeiro Dutra, constituindo-se, então, logo a seguir, a diretoria com Ruy Medeiros, Abelardo Condurú, Inácio Caldas, Carl L. Reed e Edward Bacon Hamill. Em janeiro do ano seguinte, renunciava Ruy Medeiros, enquanto lamentável desastre verificado nas águas do rio Guamá, quando a lancha em que viajava explodiu, arrebatava a vida de Inácio Caldas.
Simultaneamente, terminava o prazo de administração do prof. Abelardo Condurú, que vale dizer três vagas se abriam, dessa maneira, na superior administração do Banco. Com isso, em 31 de março desse ano, a Assembleia-Geral do estabelecimento, reunida, preencheu as vagas, elegendo diretores aos Dr. Otávio Augusto de Bastos Meira, Francisco de Paula Valente Pinheiro, já a essa altura exercendo destacada função no Banco, e Dr. Francisco Vieira de Alencar, nome prestigioso, do seio do funcionalismo do Banco do Brasil, o qual, entretanto, não aceitou, por motivos ponderáveis, a honrosa incumbência, levando a Diretoria, com base em disposição estatutária, a nomear para o cargo o então gerente da Agência de Manaus, Raimundo de
Alcântara Figueira (genitor de Angelus Figueira, ex-prefeito de Manacapuru), que assim completou a Diretoria.

Cessada, em 30 de junho de 1947, a vigência dos Acordos de Washington, retiraram-se da Diretoria os diretores americanos, passando, dessa maneira, a superior administração do Banco a ser integrada apenas de brasileiros.
Pouco mais de dois anos, porém, durou a administração instituída em janeiro de 1946, pois a 30 de março era nomeado pelo Poder Central, para a presidência do Banco, o Dr. Otávio Augusto de Bastos Meira, uma vez que se
exonerara do cargo o Dr. Firmo Dutra. E, a 8 de abril desse mesmo ano, era eleito para a vaga do Dr. Otávio Meira, na diretoria, José da Silva Matos, enquanto o hoje general José Faustino dos Santos e Silva era também eleito
diretor, na vaga aberta com a morte de Inácio Caldas, até então exercida em caráter temporário por Raimundo Figueira. Este, porém, continuou na diretoria, como elemento para ela nomeado. (segue)

domingo, outubro 13, 2013

BOMBEIROS DA PMAM: CORONEL OSÓRIO (2)


Os Bombeiros do Amazonas foram comandados, entre fevereiro de 1978-79, pelo então tenente-coronel Osório Fonseca Neto. Leia o final da entrevista que este concedeu para o livro sobre a corporação. As indagações (em azul) são de minha autoria. 

Viatura APQ (Auto Pó Químico) em desfile do Sete de
Setembro, na av. Eduardo Ribeiro (1975)
Como você conheceu o serviço dos Bombeiros? Eu não conhecia os bombeiros. Assim, qual foi a minha atitude? Não palpitar em ações próprias de bombeiros. Comandar como militar, sem me envolver tecnicamente, por entender que eu não possuía competência para tanto. Aprendia com eles. Tanto que após cada atuação reunia o grupo envolvido, o comandante da operação e os demais. A equipe explanava as medidas tomadas e dava aula sobre os resultados.
Lá pelas tantas, em Manaus despontou o problema de abelhas africanas. O primeiro ataque que tive conhecimento ocorreu na Vila Militar da Cachoeirinha, perto do Hospital Militar do Exército.


Em que ano ocorreu? Em 1978. As abelhas “africanas” atacaram dois cachorros na residência de um oficial do Exército. Mataram os cães por asfixia. (...) os bombeiros foram acionados. Ninguém tinha experiência alguma com abelhas, ninguém sabia que fazer. Acreditando que já podia palpitar, opinei: “Vamos vestir um homem-rã ou o bombeiro que efetuar a operação com a roupa de mergulho”. Quero dizer, roupa de neoprene preta, a máscara contra gases, assim podia melhor respirar. A estratégia: o operador sobe a escada, tira parte do telhado onde as abelhas se aninham e, então, a gente acaba com elas!


Aconteceu, entretanto, verdadeiro desastre: as abelhas revestiram o corpo do bombeiro, milhares delas. Assim, ele virou enorme gorila. E pior, elas atacaram aos que apreciavam a operação, e todos foram atingidos. Por sorte, eu sofri duas ou três picadas, mesmo assim, fui acometido de enjoo, com febre e mal-estar. Quem estava lá sofreu com o veneno das “africanas”. Portanto, o meu palpite foi desastroso, porque a abelha africana é peçonhenta, venenosa e, dependendo da intensidade de picadas, pode matar.

Também isso é ser bombeiro. Nos quase dois anos que comandei a instituição, tive emoções fortíssimas. Meu coração bateu forte inúmeras vezes, quando vi, quando presenciei e, usando uma expressão atual, quando saquei o que esse povo fazia. Não era só apagar incêndio, ou como se dizia: “Pra apagar incêndio, basta chamar os bombeiros!”.


Alguma história peculiar? Houve, sim, uma história inesquecível. Ao lado da padaria Santo Antonio (hoje Cintia), próximo ao Hospital Militar, existem umas casas geminadas, em uma delas morava uma senhora obesa, bem gorda mesmo, acompanhada da filha. Quando saiam para compras na padaria, frequentemente esqueciam a chave da entrada, ora pelo lado de dentro, ora o vento batia a porta. Resultado: ficavam “presas” do lado de fora. Chamavam os bombeiros, que repetiam a mesma operação: armavam uma escada, subiam, passavam pela janela, abriam a porta e libertavam as “presas”. Ora, isso exigia levar a escada e repetir toda aquela manobra.

Decisão: fez-se uma cópia da chave da casa e, quando chamado, o bombeiro ia de motocicleta abrir a porta, claro, trazer a chave. Assim se resolveu parcialmente o problema das senhoras trancadas por fora, às vezes, trancadas em "trajes menores".

Lembra algum grande acidente de que, sendo comandante, participou? O maior acontecimento foi, sem dúvida, o incêndio da fábrica Potência, no Distrito Industrial. Para nós, o incêndio foi classificado de grandes proporções, em razão da perda total da indústria, que operava material sintético. Além deste, armazenava no interior do prédio, lubrificantes e combustíveis; inflamáveis que contribuíram fartamente para o resultado.

Nesse combate, assisti um grave acidente com um soldado e um sargento. Um desses heróis anônimos, tentando remover um tambor de óleo lubrificante, e como a tampa se desprendesse, foi atingido pelo material efervescente. Teve baixa hospitalar, com queimaduras graves. Outros apenas se feriram. Sofri queimaduras leves nos pés, apesar do calçado, porque a fibra sintética derretia-se, espalhando-se pelo solo.


A intensidade do fogo obrigou-nos a usar água de piscinas de clubes ao redor. Enfim, eu olhava para aquelas estruturas de ferro retorcidas, ou que se retorciam ao fogo, pingando como lágrimas altamente incandescentes. Como era assustador sentir as temperaturas elevadíssimas. Confesso, foi uma visão terrível!

Então, recorde as alegrias que teve. O reconhecimento da população aos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros. Aquele “muito obrigado”, ou aquele gesto que chegava no dia seguinte, ou aquela visita ao quartel, para dizer: “Olha, muito obrigado pra vocês, porque vocês fizeram isso”. “Nós perdemos o nosso filho... ou “Perdemos o nosso motor, mas se não fossem vocês...”. Esse retorno, nessas condições, muito nos reconforta. Para quem aqui trabalha, é deveras reconfortante.


Esses gestos enterneciam a você? Certamente. Vem-me outra alegria. O Corpo de Bombeiros tem grande orgulho de seus mergulhadores. Mergulhar no Amazonas não é como mergulhar em águas claras, em águas oceânicas. Eu tentei me exercitar nas águas amazônicas e me desesperei, porque não enxergava nada. Não há lanterna, não há meios que ilumine a lama do rio Solimões ou as águas do rio Negro. Nossos homens mergulham em profundidades, vão lá, retiram o que buscam. Possuem uma noção espacial-submarina incrível, própria deles. Por isso, quando olho para eles, primeiro os vejo com enorme inveja, porque poucos são capazes de realizar o que eles realizam. Depois, repleto de orgulho, pois eles são do Corpo de Bombeiros.
Renato, atual sargento da
reserva, recebe medalha
 
Nota: Os feridos mais graves no incêndio da Potência foram o soldado 2101, João Istanilau da Silva Pedrosa, recolhido ao Pronto Socorro e Hospital dos Acidentados (av. Joaquim Nabuco) com “queimaduras nos membros inferiores direito e esquerdo de 1º e 2º graus, sobre 15% da superfície corporal”. Recebeu alta hospitalar em 4 de dezembro, e seguiu sob os cuidados do Serviço de Saúde da corporação. Seis meses depois estava de volta ao serviço e, em 2011, subtenente PM aguardava a transferência para a reserva. O outro foi o 3º sargento 0265, Eunesimo Batista Serra, com ferimentos leves, medicado no pronto atendimento. Todavia, sua sorte tem nome e graduação: soldado Renato José Monteiro Rola que o socorreu, evitando o pior.

sábado, outubro 12, 2013

BOMBEIROS DA PMAM: CORONEL OSÓRIO (1)


Coronel Osório Fonseca, em almoço
da AVC (Associação dos Velhos
Coronéis), 2013
Os Bombeiros do Amazonas foram comandados, entre fevereiro de 1978-79, pelo então tenente-coronel Osório Fonseca Neto. Entrevistado para a retrospectiva que, sobre esta corporação, acabo de escrever, Osório relembrou a visão que, ainda estudante ginasiano, possuía dos Bombeiros, quer os da prefeitura de Manaus quer os do comandante Ventura. E, nesta conversa, contrapôs àquele olhar tortuoso o seu tirocínio no comando do Corpo de Bombeiros /PMAM. As indagações (em azul) são de minha autoria. 


O serviço de contra incêndios era atribuição do Corpo de Bombeiros de Manaus, porém existiam os voluntários do comandante Ventura. Quais lembranças você tem dos Bombeiros? Lembro-me do Corpo de Bombeiros da Prefeitura, ali na Sete de Setembro, no outrora conhecido Canto do Quintela. O Corpo de Bombeiros naquele espaçozinho. Talvez, por terem colocado na mente de minha geração, mesmo no Exército, o orgulho de ser oficial e tudo mais, eu olhava, sem dúvida, com certo preconceito para o Corpo de Bombeiros. A minha visão de Bombeiros era limitadíssima, a visão da maioria das pessoas, a de que o bombeiro era um “extintor de incêndio”! Reconheço, era uma visão muito limitada.
Hoje, digo hoje porque quando vejo a formação correta do Corpo de Bombeiros, como opera o Corpo, fico particularmente envergonhado, por ter tido ontem esse pensamento de exclusão. Recordo, todavia, que o Corpo de Bombeiros era assim, limitadíssimo!

E os bombeiros voluntários? Quando eu era estudante, possuía mais a visão dos bombeiros voluntários de Aparecida que a dos bombeiros municipais. Explico: o bombeiro de Aparecida que a gente conhecia era do comandante Ventura, nascido em Portugal; um homem dedicado àquilo, mantendo os voluntários com vários amigos, inclusive por pessoas que trabalhavam no comércio. Quando acontecia um incêndio, o comandante Ventura telefonava, batia um sino, avisava o pessoal e, então, vestia o cinturão de bombeiro, capacete na cabeça e, com a roupa que usava, seguia para o local do incêndio. Assim, tentando resolver os problemas de Manaus, que ainda era pequena, com condições precaríssimas de salvamento.
A precária situação do serviço de bombeiros da Prefeitura motivou o convênio com o Governo do Estado, em 1972. Como ocorreu a incorporação destes à Policia Militar? Houve uma prévia disso, quando um oficial PM foi mandado à França para receber treinamento especializado no Corpo de Bombeiros de Paris. O major Pedro Câmara passou naquela cidade cerca de um ano. Mais interessante ocorreu depois: o oficial conviveu com a experiência francesa e o Estado comprou equipamento alemão. Câmara voltou com a visão mais ampla de Polícia e de Bombeiros, capaz de passar à sociedade, ainda que auxiliado pelos remanescentes dos municipais, os bombeiros transferidos do município.
Aconteceu um fato, que até hoje se questiona na corporação. Sinto vergonha de lembrar as condições impostas aos homens oriundos do Corpo de Bombeiros, no acordo Governo do Estado/Prefeitura. Uma das exigências do Estado era que não aceitássemos o pessoal dos bombeiros da Prefeitura. Como? Se nós precisávamos deles, pois na Polícia ninguém possuía qualquer experiência de bombeiro. Poderiam ser aceitos, desde que fossem adaptados à Policia Militar, e essa adaptação correspondia à rebaixá-los. Quem era cabo tinha que ser soldado; sargento, no máximo cabo; tenente, na graduação de segundo sargento. E, nós, jovens oficiais, assistindo ao massacre. Nos dias que correm, lembrar é doloroso!
Algum oficial tinha sido comandante? Sim, um ex-comandante do Corpo de Bombeiros de Manaus foi rebaixado a 2.º sargento. Deve ter sido muito aflitivo para essa pessoa! Àquela altura, ninguém analisava isso com os olhos de hoje, com a maturidade, com a experiência da vida. Enfim, vieram aqueles que aceitaram, vieram... Parece que só um oficial bombeiro não veio, não aceitou a carga.
Edifício do IAPETC, durante anos sinônimo
regional de "arranha-céu".
Quanto ao ex-comandante Nicanor Gomes da Silva?  Me lembro do comandante da época, o Nicanor. Antigo bombeiro da Prefeitura, formado no CBERJ (Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro) retornou a Manaus como tenente. Ao retornar, o Prefeito o nomeou comandante dos Bombeiros, comissionado no posto de major. Por essa razão, o pessoal da Polícia Militar, pessoal de Escola de Formação, sentiu-se magoado.
Alegava que “isso não é certo, tem que ter curso de aperfeiçoamento e não sei lá o quê”. Entendia que o Nicanor não podia ingressar na PM como major. E o Nicanor, na sua humildade, aceitou ingressar na Polícia Militar como tenente. Fez carreira na Polícia Militar até onde foi possível, integrando o Corpo de Bombeiros.
 
E a incorporação? Em 1973, a PM assumiu o Corpo de Bombeiros. Logo, chegaram os carros, os equipamentos. Tornaram-se motivo de enorme vaidade para os policiais militares. Manuseá-los era demais, pois, nenhum bombeiro em Manaus vira uma autoescada que, equivocadamente, chamavam de Magirus. Tratava-se, sim, de uma escada alemã, mas o fabricante era Metz. Por vaidade, exibia-se a autoescada em qualquer lugar, e em reles oportunidade. Até para, do quartel, observar as margens do rio Negro, onde a balsa que leva para Manacapuru parava. Era o tal de levantar, “arvorar”, descer a escada etc. Parecia até um brinquedo importado, porque não havia sequer prédio alto na cidade de Manaus.

E quais os prédios mais altos existentes em Manaus? O edifício Maximino Corrêa, o IAPETC e o Hotel Amazonas, na época, creio, eram os mais altos.

Então, como os Bombeiros se empenhavam? Mas os bombeiros se empenhavam. Houve incêndios, mas não foi preciso usar a escada. A escada existia e possuía múltiplos recursos. Também os carros de salvamento eram de excelente qualidade, os equipamentos, as bombas de espuma e tudo mais. Utilizava-se, pois, o melhor em equipamentos de bombeiros, apenas se deveria adestrar o pessoal para seu manuseio, para a utilização adequada do equipamento de socorro.

Em que condições você assumiu o Corpo de Bombeiros? Em 1978, eu dirigia a Diretoria de Apoio Logístico (DAL), após exercer comandos básicos da Polícia Militar. E de retornar, em 1977, de um curso nos Estados Unidos, na área de organização e administração de segurança pública. Foi-me uma experiência muito valiosa! Não apenas para mim, também para os coronéis Pedro Lustosa, Brandão e Humberto Soares, já falecido, e o saudoso delegado Ribamar Afonso, alcunhado de Delegado do Diabo. Não só os amazonenses participaram do curso, éramos do Brasil inteiro; centenas de oficiais e policiais civis naquela escola americana, cuja sede ainda se encontra em Washington (DC).

Quando surgiu a necessidade de se construir, contíguo ao quartel do Corpo de Bombeiros, as instalações da DAL e do CSM (Centro de Suprimento e Manutenção), fui encarregado de administrar a obra. Simples: o comandante me chamou, e determinou: “Você vai comandar o Corpo de Bombeiros e tomar conta da obra”. Vim, pois, comandar o Corpo de Bombeiros e servir de mestre de obras do CSM. Recebi o comando do major Jarbas Rocha, estando eu completamente cru em matéria de bombeiros. Nada entendia do serviço, salvo aquela impressão de infância: Olha, Bombeiro é pra apagar incêndio e pronto! Acabou! 

Leia a segunda parte, a seguir.

segunda-feira, outubro 07, 2013

INCÊNDIO DO "VATICANO"


Reproduzo o registro do incêndio que destruiu um navio da empresa Amazon River, acontecido nas proximidades de Itacoatiara (AM). A edição pertence ao jornal Gazeta da Tarde.  


Recorte do jornal Gazeta da Tarde, Manaus, 31 março 1923
 
Às dez horas da manhã de hoje, começou a circular o boato de que um dos vaticanos (grande embarcação fluvial a vapor e avarandada, de porte maior que o gaiola) da Amazon River se havia incendiado. Pelo telefone, pedimos informações à gerência da companhia nesta cidade. Foram confirmados todos os boatos.

Um dos nossos companheiros dirigiu-se, então, aos escritórios daquela empresa, onde lhe foram ministrados todos os dados a respeito do sinistro. O São Luiz, que subia em viagem normal ao rio Purus, sob o comando do Sr. Mendes Pereira, incendiou-se ontem às 2h da tarde, ao transpor a boca de cima do paraná do Ramos, algumas horas abaixo de Itacoatiara.

Essa embarcação, que saíra de Belém no dia 21 à tarde, trazia cerca de 21 mil volumes de carga, inclusive as de baldeação do Itabira e do Norte, que se destinavam a esta capital.

Eis o telegrama que o distinto gerente da Amazon River nesta cidade, comandante Alberto Autran (ascendente do finado poeta Luiz Bacellar), recebeu do comandante da embarcação sinistrada:

Itacoatiara, 31 – Comandante Autran – o São Luiz incendiou-se ontem, às 14 horas, no paraná do Ramos, perto da saída. Proa em terra salvou-se toda tripulação e passageiros. Perderam-se todos os documentos, papéis e malas do Correio. Ficou somente o casco com os porões intactos. Aliviei inflamáveis. Peço mandar com urgência um navio para conduzir 160 passageiros, rebocar o casco e salvados. – Mendes.  

Imediatamente o comandante Autran providenciou armar o "Andirá" (este navio, em 1932, participou da “batalha naval” de Itacoatiara), da mesma companhia, a testar as suas carvoeiras, a fim de seguir hoje mesmo para o local em que se acha o casco do São Luiz. Para dirigir esse serviço de salvamento, segue o comandante Bahia, chefe do tráfego da Amazon River, com o pessoal necessário.

Apesar de não se saber ainda o motivo que determinou o incêndio a bordo do São Luiz, presume-se que tenha sido algum descuido no acondicionamento de inflamáveis, visto que o navio trazia 300 barris de pólvora.

A impressão que esse desastre causou no comércio desta praça e na população de Manaus foi de verdadeiro espanto, não pelo grande número de passageiros que o navio trazia, como também pelo desaparecimento de todos os documentos e malas postais. Até à hora do encerrarmos o expediente desta folha, a Amazon River ainda não havia recebido outro telegrama.

O São Luiz foi construído em estaleiros ingleses de Glasgow, em 1913, para a Amazon River. No mesmo ano foi registrado na Capitania do Porto de Belém, sob o número 110. É movido por um hélice e o seu material é todo de aço. Registra 951 toneladas brutas e 625 líquidas. Tem 68 metros de comprimento, 12 de boca, 2,80m de pontal. O seu calado médio é de 1,00 e as suas máquinas são de tríplice expansão e têm 120 cavalos nominais e 400 efetivos. A arqueação de suas carvoeiras é de 100 centímetros e a sua tripulação composta de 40 homens.

sábado, outubro 05, 2013

AEROCLUBE DE MANAUS


1º lugar da turma
A notícia transcrita do matutino O Jornal, veiculada há 70 anos, mostra o esforço que o governo e, mais que este, de interessados em dotar a capital de recursos técnicos, como a aviação, representado pelo Aeroclube de Manaus, ainda hoje em atividade. Surgia ao mesmo tempo em que era construído o aeroporto de Ponta Pelada, em plena Segunda Guerra Mundial, a meu ver, o Aeroclube preparava jovens para o desafio da guerra. Assim como realizava o Exército, criando o NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva), cuja primeira turma teve 100 alunos.
Os nomes aqui mencionados, alguns de repercussão nacional, os deputados – Antóvila Vieira e Leopoldo Péres, e os constantes na direção desse empreendimento, em especial o Dr. Avelino Pereira, muito contribuíram para o desenvolvimento da aviação regional.

Recorte de O Jornal, 14 de fevereiro de 1943
 
Realizou-se durante o dia de ontem o exame final dos novos alunos pilotos do Aero Clube do Amazonas, em número de 15, tendo por examinador o capitão aviador Armando Level e sendo a comissão julgadora composta dos Drs. Leopoldo Péres e Antóvila Vieira e Sr. Jorge Andrade.

A turma dos novos pilotos, composta dos jovens Mário Verdade, Wilson de Figueiredo, Fernando Limaverde São Tiago, Acrísio Esteves da Silveira, Kleper Viana, Gebes Medeiros, Américo Fortunado, Dorian Botelho, Cláudio Carvalho, Justino Melo, Paulo Jacob, Cândido Machado, Álvaro Maia e Romulo Menezes, depois de submetida às diversas provas, mereceu a devida aprovação, sendo de real destaque a prova final, havida entre o garoto-aviador Romulo Menezes e Kleper Viana, que foram submetidos a uma prova de fogo, a fim de ficar patente qual dos dois seria o primeiro da turma.

Venceu o garoto Romulo, todavia, a comissão deliberou dividir o prêmio instituído pela Prefeitura e denominado “Cidade de Manaus”, constante de 10 horas de voo, entre os dois candidatos.
Romulo, ao deixar o aparelho, foi abraçado pela grande assistência que se achava no campo e, logo após ter recebido os cumprimentos do capitão Level e da comissão julgadora, convidou ao seu genitor, Sr. Ramiro Menezes, para um voo, que foi realizado sob aplausos gerais.
Terminado o exame, usou da palavra o Dr. Antóvila Vieira, que disse estar sempre pronto para auxiliar, no que estivesse ao seu alcance, o Aero Clube, pois todo o esforço ali empregado era de grande utilidade para o Brasil. Em seguida, usou da palavra o Dr. Avelino Pereira, que agradeceu a colaboração do governo e destacou o auxílio do Dr. Antóvila Vieira, agora mesmo mandando construir, no terreno do Aero Clube, um campo de esportes, para o exercício físico dos alunos e pilotos.
Foram servidos aos presentes doces e gelados.