CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, dezembro 30, 2017

FINAL DO ANO [2]


Administrador do blog
Não estava em meus propósitos de passagem do ano passado relembrar o cinquentenário da Granja da Polícia. Antes, uma digressão sobre a dita-cuja. Nos primeiros anos do Governo Militar, o governador Danilo Areosa resolveu construir uma granja para a administração da corporação, diante da deficiência de avícolas. Buscava atender ao rancho dos policiais e, quem sabe, alguma população. O local escolhido foi o Km 95 da então Manaus-Itacoatiara, agora crismada de AM 010 – Torquato Tapajós.

O projeto do edifício central todo em madeira exigiu os dotes do arquiteto Severiano Porto, que seus admiradores ignoram. Talvez o façam por ter este integrado o politicamente incorreto governo castrense. Ao tempo da construção, que foi elaborada por elementos da própria polícia, com material extraído dos arredores, ainda resiste de pé, como a reclamar de seus “donos” um olhar ao menos de curiosidade. O rio Preto da Eva corria em direção à sua foz. E tudo que existia à margem da rodovia, onde agora a cidade prospera, era poucas casas de madeira, cujo rio servia de quintal. Entre essas residências, existia como ponto de referência a taberna de Dona Teté.

Dona Teté servia tapiocas e café e refrigerantes, o viajante sempre parava para reabastecer o estomago, pois nada mais se encontrava na rodovia. O falecido coronel Câmara era um cliente inveterado, capaz de viajar saindo de Manaus para saborear o pé-de-moleque rio-pretense. Nem se pensava em município, porém a granja serviu para implementar a região, a par do atrativo populacional com a distribuição de terras. Policiais diversos aproveitaram o maná, dessa maneira ajudaram a desenvolver a estrada.

Edificação, em maio 2017
(acima e abaixo)


Na inauguração em 1967, vendo-se o governador Areosa (de branco) junto
aos oficiais, sob o comando do coronel Omar Silveira

Enfim, bem que tentei rememorar os 50 anos da Granja da Polícia.  Não consegui realizar porra nenhuma, não obstante visitar o local, conforme fotos postadas; de buscar o comando da corporação, donde sai ouvindo funesta decisão de escalão subordinado; de buscar a imprensa; até o secretário de Segurança do Rio Preto da Eva. Desse modo, observei com esse malogro que disponho de reduzido (ou nenhum) poder de convencimento.

Contrariando a desdita, vou me empenhar no 2018 junto ao comando da PMAM para que afixe uma Placa a fim de relembrar que foi o arquiteto Severiano Mario Porto, aquinhoado com a Medalha Tiradentes, o idealizador do Quartel de Petrópolis, atual Comando-Geral. Quem puder me ajudar, sou, desde já, agradecido.

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