CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, maio 15, 2018

MUSEU DO IGHA

Sede do IGHA, 1988. No terreno abandonado, hoje
encontra-se a Fundação Amazônia

Há 30 anos, o IGHA concebeu um plano objetivo junto aos estudantes secundaristas, a fim de ligar os alunos à atividade de museu. Para isso, organizou o próprio Museu Crisanto Jobim, e batalhou na consecução do projeto. Não obtive mais detalhes, senão os que o jornal Em Tempo (27 abril 1988) divulgou e vai compartilhado. Porém, no início do século, quando da restauração do acervo do Instituto, o Museu foi reimplantado.  
  

O Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, IGHA, está desenvolvendo um projeto, intitulado Projeto Museu-Escola, que terá por objetivo um maior intercâmbio entre o museu e a rede de ensino, particular e privada, da cidade. Geraldo Xavier, um dos coordenadores do projeto e diretor-administrativo do IGHA, disse que o principal objetivo do "Museu-Escola" é fazer com que 0s estudantes conheçam e deem valor ao patrimônio cultural do Amazonas.Ele explicou que o projeto vem desenvolvendo-se já há anos e de uma maneira que ver estimulando os seus idealizados: "Em 1986, fizemos uma experiência, durante o ano inteiro, com os alunos do Colégio Dom Bosco, do Instituto de Educação do Amazonas e do Colégio Amazonense D. Pedro II. A experiência foi basicamente de visitas ao museu do IGHA, à biblioteca do Instituto e, também, a apresentação de slides. Estes se constituem em três temas A Pré-História do Homem da Amazônia, A Origem do Universo e Patrimônio Histórico do Amazonas, ficando a critério do professor acompanhante o tema a ser mostrado aos alunos”, contou.
Geraldo ressaltou que o projeto é uma exclusividade do IGHA que, por enquanto, não envolve outros museus. Ele envolverá alunos do 1° e 2º graus de todas as escolas de Manaus.
 VISITAÇÕES INTENSIVAS
 Para atender a toda a leva de estudantes que aderir ao projeto, o Instituto Geográfico e Histórico funcionará às segundas, quartas e sextas, de manhã e à tarde, com uma breve pausa acompanhando o horário das escolas. Já a museóloga Jane Cony Cruz explicou que o projeto é principalmente audiovisual. Ela informa que os textos dos slides, produzidos por Walter Rocha e ela, são de alta qualidade e que, realmente, acrescentarão muito aos alunos que participarem do projeto, principalmente no que diz respeito às pesquisas históricas sobre a Amazônia. Para ela, a simples audiência a um dos slides já traz consig0 uma série de informações, que são de fundamental importância para quem deseja ter conhecimentos da vida do homem na Amazônia, sobre a origem da espécie humana, segundo uma ótica  evolucionista. “O meu medo é de que algumas igrejas protestantes, que possuam escolas, se interessem pela projeção dos slides, por adotarem a teoria criacionista, mesmo por uma questão de fé, como ficou claro algumas vezes em que alunos dessas escolas não se interessaram pelo assunto, ao visitarem o Instituto, na época em que estávamos em experiência”, desabafou Jane.
Ela ressaltou a importância d0 projeto no sentido de ampliar o conheciment0 de professores e alunos, inclusive com a praticidade de poder examinar as peças do acervo do IGHA. Para ela, o projeto serve também como uma forma de trazer as crianças para o museu, além de mostrar a elas (às crianças) como se dá o levantamento arqueológico do Instituto.
No colégio D. Bosco, o atual diretor da instituição, João Di Serio, disse lamentar não poder comentar a experiência de 1986 (quando alunos do colégio participaram das visitas iniciais do projeto), pois assumiu a direção já em 1987. “Naquele ano, o diretor era padre Oscar Di Goya, que agora se encontra trabalhando em Porto Velho”, disse ele. No entanto, foi positivo encontrar dois alunos que lá estiveram: Ney Cardoso e Paulo Cunha, dois rapazes que estão cursando a oitava série. Ney disse que a grande importância do projeto está no fato de possibilitar adquirir conhecimentos importantes sobre a Amazônia. “Na época, eu nunca tinha ido a um museu. A partir daí, fui várias vezes e até passei a colecionar moedas”, segredou.
Já para Paulo Cunha é importante porque desenvolve bastante o conhecimento dos alunos que vão às visitas. “O aprendizado fica mais atraente, deveria ser mais difundido para que mais pessoas possam ir; vou sempre a museu depois da experiência”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário