CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, outubro 17, 2017

ARMANDO DE MENEZES (2)

Anísio Mello e Armando de Menezes  na
Lanchonete Pina, em 2009
Conclusão da minha exposição feita na Academia Amazonense de Letras, por ocasião da homenagem prestada ao seu falecido associado Armando de Menezes, na sexta-feira 13.

Último Chá do Armando


Duas palavras pessoais

Conheci a família Menezes quando frequentei o Seminário de Manaus, por intermédio do padre Jorge Normando, já se passam 60 anos. A frequência à casa da família permitia, diante daquela fartura, aos seminaristas tirar “a barriga da miséria”, ainda que cometendo o pecado da gula. Depois encontrei Dr. Armando espaçadamente no Tribunal de Contas, tendo sido ele quem sacramentou meu processo de aposentadoria. 

Enfim, o IGHA nos irmanou. E o Chá aprofundou esse convívio, tanto que partiu dele o mais rematado incentivo para que eu me candidatasse à uma vaga nesta Academia. Convindo declarar que não a conquistei, somente pela minha desídia e meu desajeitamento. Subsistiu outro motivo, contudo, cuja confidência trocada entre mim e ele no Chá idealino, persistirá sob segredo.

Alencar e Silva lendo um poema para Armando de Menezes,
no Chá ainda na Academia, em 2004

Derradeiro Chá

Nesta noite solene, nesta Casa soleníssima, o Chá do Armando chega ao final. Exatamente onde começou. É o momento, caro “presidente” Aguinaldo Figueiredo, de encerrar este ciclo, esta etapa, que não se alimentou unicamente de rega-bofes. O Chá soube oferecer estímulo, apoio financeiro para publicações e pequena produção literária, que servem para bem alumiar esta nobre caminhada.

Quando Anísio Mello completou o primeiro ano de morto, o Chá recordou muito bem do velho chazista. Em reunião especial, lembrou dele a cortesia e o anseio em muito produzir, como de fato produziu em vários segmentos de arte. Produção, lamentavelmente, esquecida. Daí o título que lhe cravamos, o de Multiartista. Mesmo sem CNPJ, inauguramos o selo Chá do Armando edições, com o livro – Convite à Poesia (Manaus, 2011), publicado em vassalagem ao Anísio Mello.

Depois veio – O “Chá do Armando”: em prosa e verso, que prestava “um tributo ao samaúma Armando de Menezes”. Produzido pela “editora” coletando dos frequentadores qualquer produção literária. 

A terceira obra – Armando de Menezes, com o subtítulo: alegria da sexta-feira, quando amigos se encontram (Manaus, 2012), tem uma pequena história. Nela saudamos os 90 anos do patriarca, porém, como demorou a impressão, a peça foi ampliada para registrar a morte prematura do poeta chazista Sérgio Luiz Pereira. Ainda assim, voltou a emperrar. Então, morto o fundador do Chá, restou a “boneca” desta terceira obra, cujo exemplar passamos às mãos da Dona Ivete Menezes, que saberá promover seu melhor destino.

Encerro, convocando aos detentores desta marca, aos chazistas de carteirinha à retomarmos à mesa-redonda, à salutar reunião de sexta-feira. Revitalizá-la, seja com novo slogan, seja com renovado mote, isso é desafiador. Afinal, devemos caminhar com nossas pernas, amparadas pelo nosso bolso; praticar a cortesia e a elegância como fomos tratados, como fomos incentivados, sem olvidar dos xingados nos bons momentos.

Estrela Armando

Agora, deixemos a estrela do Dr. Armando de Menezes circular pelo espaço sideral. Certamente, SEMPRE ÀS SEXTAS estará nos convocando para o festivo encontro, ocasião em que haverá de nos brindar com um apaideguado olhar estelar. Seja qual for a galáxia em que estiver. Até à eternidade.  

PS

Devo reconhecer, a memória já me causa dificuldades: estava rebuscando este texto para a impressão final, quando me ocorreu haver esquecido dois locais onde o Chá fez pouso excepcional. Um deles, na minha própria residência. (Num falei). O outro foi na residência do Miguel Angel, um simpático peruano que com sua inscrição internacionalizou o Chá do Armando.

Creio que, após um desconcerto na Mansão dos Quadros, Miguelito (artista plástico) acolheu o pessoal na rua Frei José dos Inocentes, ao lado do IGHA, onde morava. Aconteceram dois ou três encontros. E eu estive em um deles.

Bom, na minha residência, à rua Igarapé de Manaus, aconteceu uma reunião. Realizada em novembro de 2009, quando abraçamos o Sergio Luiz pelo seu 42º aniversário.

Tá feito o conserto.



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